Gaetano Miccichè

Rassegna stampa 2014

Exclusivo: Italiano Intesa Sanpaolo Mira Carteira De 2 Bilhões De Euros No Brasil Em 3 Anos

  - AE NEWS

São Paulo - Mais de dez anos após vender o controle do Sudameris no Brasil ao ABN Amro Real, posteriormente adquirido pelo Santander, para se concentrar em suas operações locais, o banco italiano Intesa Sanpaolo retoma um projeto mais agressivo no Brasil. O objetivo da instituição, que está inaugurando sua sede em São Paulo, é conquistar uma carteira de crédito de 2 bilhões de euros em até três anos e ser um banco múltiplo, atuando nos segmentos comercial e de investimentos.
Com capital inicial de R$ 200 milhões, o Intesa Sanpaolo aguarda vistoria do Banco Central nos próximos meses para que possa começar a fazer negócios no Brasil. A instituição já possui, porém, as autorizações dos reguladores brasileiro e italiano. A expectativa do Intesa Sanpaolo, segundo Gaetano Miccichè, diretor geral responsável pela divisão de corporate e de investment bank do banco, é começar a fazer negócios no Crasil ató o final deste ano.
"Não miramos market share, mas volume, rentabilidade e penetração. Vamos apoiar as empresas italianas no Brasil com as quais já temos relacionamento, internacionais e também as brasileiras com iniciativas industriais no País'", diz Miccichè, em entrevista ao Broadcast.  O foco é crescimento orgânico, sem planos de aquisições no momento.
O banco mira, segundo o executivo, empresas com faturamento anual superior a R$ 600 milhões com "bons projetos". Isso significa, conforme ele, iniciativas que sejam passíveis de realização. Dentre os setores de interesse do Intesa Sanpaolo no Brasil estão, em especial, os voltados para infraestrutura, petróleo e gás, energia e agricultura.
Sobre o risco e o extenso prazo dos financiamentos voltados a estes segmentos, principalmente, infraestrutura, Miccichè admite que há dois "problemas de base" no setor: o prazo de realização e a incerteza sobre os fluxos financeiros durante a obra. "Reunir todas essas variáveis faz parte da capacidade e da comp.2tência do banco. Se formos competentes, teremos boas operações e ajudaremos o Pais'', garante o execulivo.
Apesar de o crescimento do Brasil ter desacelerado nos últimos anos, Miccichè diz que o Pais ainda mantém forte interesse ao banco italiano em meio ao seu potencial de expansão melhor que o da Europa e também as oportunidades no setor bancário, em que os agentes têm apresentado "resultados fantásticos". Por ter crescimento de forma "extraordinária" nos últimos anos, conforme ele, era natural que o Brasil não conseguisse manter por muito tempo os níveis de expansão vistos no passado.
O diretor do Intesa reforça que o foco do banco não é ter uma atuação "generalista" no Brasil, mas focada em apoiar empresas que não dependam apenas do crescimento regional.
Sobre a concorrência no Brasil, ele não vê obstáculo, uma vez que a instituição tem como objetivo participar de projetos de médio e grande porte que envolvem a participação de vários bancos. O executivo admite, porém, que os custos de financiamento, impostos e de investimento são mais elevados que na Europa compensados, em parte, por spread bancários (diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar) superiores.
No entanto, o executivo acredita que a situação de juros de dois dígitos no Brasil é pontual e que o País voltará a ter taxas de inflação e custo do dinheiro menores no futuro. "Quando? Eu não sei. Eu não creio que o Brasil tenha perdido confiança no mercado internacional", diz ele, Questionado sobre a necessidade de mudança no governo para que o Brasil alcance tal realidade, o executivo prefere "não entrar nesse assunto".
À frente da operação do Intesa Sanpaolo no Brasil estará o italiano Gianfranco Giromini. Parte dos profissionais que atuarão na unidade, segundo Miccichè, já foram contratados e o restante da equipe dose ser selecionada nas próximas semanas. O quadro deve somar de 30 a 40 colaboradores, sendo alguns italianos e "muitos brasileiros", conforme ele.
Com valor de mercado de mais de 40 bilhões de ouros, o banco fruto da fusão dos italianos Intesa e Sanpaolo possui carteira de clientes superior a 11 milhões, uma rede de 4.700 agências e atuação em 29 países, principalmente no Oriente Médio e Norte da África. No Brasil, o banco contava apenas com um escritório de representação e obteve autorização para atuar no País no início deste ano como um banco múltiplo. A expansão no País faz parte da estratégia internacional do banco. Recentemente, o Intesa abriu filiais em Istambul, na Turquia, em Varsóvia, na Polônia, e em breve deve inaugurar uma unidade em Abu Dhabi, onde já está presente.

Aline Bronzati


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